terça-feira, 14 de junho de 2011

31/05/2011

Fizemos uma dinâmica com mímica; quatro grupos divididos e com os nomes definidos: As havaianas, L.P.N. (Lapena), Game Over e As Poderosas; escolheram filmes para que os outros grupos adivinhassem, se acertassem quem fazia a mímica também ganhava ponto; comentei que da próxima vez seria com os filmes, clipes e documentários que vimos até então.

Mais conversas, mais ensaio, mudanças pequenas no canto, poesia declamada sem folha, definição do ponto de encontro e “Tchau, não se atrasem amanhã tá”.

01/06/2011

Dia especial, onde o contato com jovens de outras ONGs causou uma certa insegurança e “calafrios” quando comentávamos da apresentação. Vendo a movimentação e apresentação de esquetes teatrais e vídeos, se intercalava a pergunta “a gente é o próximo professor?”; por mais que eu falasse que entraríamos por volta das 10:30, era como dizer que eles não precisam me chamar de professor (e na própria música trocaram a palavra educador por professor com a justificativa de”educador não dá rima”) .

Chegada a hora e lá iam eles ansiosos, preocupados em prender a atenção do público.

E assim, tudo ocorreu de forma bem natural (e melhor do que nos ensaios), uma breve conversa com o público antecedeu a apresentação: “Nos não fizemos a música para ninguém chorar, Luan Santana na escola já muito bem isso, não é meninas? Brincadeira, a gente resolveu falar sobre o programa”. Disse Eliseu descontraindo a tensão da galera no palco.

E então: cantaram e por fim Andreza declama sua poesia. O legal foi ver muita gente cantando junto no refrão, empolgando os autores da música. Missão cumprida e o clima eram de euforia, gritos se intercalavam com beijos e abraços ao lado do palco.

Voltamos e vimos às apresentações finais, dentre estas o teatro da turma da manhã, que desconstruíam os contos de fadas.

Eu achei que nós fomos os melhores”, disse Tainá. E quando conversei em particular com cada um, a maioria repetiu essa frase.

Por mais que em alguns momentos houve dispersão dos jovens (em geral) durante as apresentações, para um primeiro encontro foi muito bom; revelando talentos e criatividade.

Valeu galera de São Miguel, um grande salve a todos.

02/06/2011

Dia tranqüilo e empolgante, as fotos ainda não estavam disponíveis, contudo relembrávamos cada momento e percebi que, desse dia em diante, o violão irá compor nosso dia a dia. Lanchamos e vimos o vídeo com depoimento da professora Amanda Gurgel, comentando a realidade da educação no Rio Grande do Norte.

Em circulo cada um anotou aspectos que consideravam semelhantes a São Paulo, depois a discussão se estendeu e foram muitas as indagações e reflexões sobre a escola atual.

“Na minha escola tem que chegar primeiro pra pegar lugar pra sentar, e mal pode levantar se não já era”, comentou Caíque ressaltando a falta de carteiras e cadeiras em sua escola.

“Eu acho que a escola deveria mudar mais, é sempre a mesma coisa”, finalizou Andreza.

Comentei que na semana seguinte veríamos um filme feito por um professor da rede estadual, que enfocaria a construção de brinquedos na escola Ruth Cabral com materiais encontrados em ferros velhos.

Eliseu e Caíque à postos

O grupo embalando os primeiros versos [ainda tímidos]

Já embalados [e com a platéia acompanhando]

Andreza se prepara para declamar [poema de sua autoria sobre o PJU]

Já finalizando a declamação...

Aqui estamos para falar de um encontro. Um evento que reuniu jovens de uma mesma realidade, bairros similares, escolas e ruas parecidas. Praça do Forró? São Miguel? Jd. Lapenna, Jd. Matarazzo, Vila Mara e Jd. Helena. Bairros e vilas que ajudaram a construir São Paulo. E agora a nova geração vem demonstrando inquietação, curiosidade, se encontrando entre o “urbano e o rural”, vendo muitos carros e ônibus e às vezes uma e outra carroça. Alguns gostam de funk, outros de pagode, forró, rock ou sertanejo. Mas todos estão por lá, são: Jovens Urbanos. Convivendo em grupo, circulando na cidade, indagando, duvidando, experimentando. Ao observarmos o encontro, os vimos de fato vivendo.

E cheio de vida foram letra e o poema escritos dentro desse contexto:

Música Jovem Urbanos

(criação coletiva)

Todos os jovens da zona leste e da zona sul, que participam do projeto P.J.U.

Que leva os jovens da periferia a conhecer a cidade do dia-a-dia.

Pode ate chamar de curso, mas pra mim é lazer

Debates com a galera, exploração pra conhecer


Jovens, jovens, Jovens urbanos pela cidade circulando

Jovens, jovens, Jovens urbanos pela cidade Explorando


Nós fazemos o curso com alegria

Levando e trazendo novas sabedorias

Todos interagem com a atividade

Querendo conhecer a nossa cidade


Jovens, jovens, Jovens urbanos pela cidade circulando

Jovens, jovens, Jovens urbanos pela cidade Explorando

Cada lugar que conhecemos é sensacional

Com o professor explicando fica bem legal

E a cidade os jovens passam,a conhecer

Suas histórias, eles querem escrever

Jovens, jovens, Jovens urbanos pela cidade circulando

Jovens, jovens, Jovens urbanos pela cidade Explorando

(Poema da Jovem Andreza)

“No mundo em que vivemos pra muitas pessoas, os dias passam e passam sem alegria, a vida do dia a dia, é só trabalho correria, e o medo de o tempo passar sem marcar é assustador.

O desanimo toma conta diante de tantas noticias ruins, e novamente o medo assombra, medo de sair e não voltar nunca mais, eu sinto saudades da paz, mas a vejo como as estrelas do céu.. Tão bonita e tão distante.

E a vida passa, corre, acelera, pisa fundo, os dias continuam passando e na ânsia de viver até acreditamos, que um mundo melhor é possível, mas não basta acreditar temos que lutar, pois não importa que pra todos os lugares que olharmos sempre haja, dor, destruição e intrigas,

A verdade é que muitas vezes só vemos aquilo que queremos e talvez se passarmos a olhar sem julgar podemos sim encontrar algo bom, pois sempre há, o mal nunca acabara, mas o bem sempre habitara no coração daqueles que buscarem, onde muitos dirão não encontrar algo pelo qual valha a pena lutar.

Um mundo melhor é possível, um mundo mais unido, mas não se iludamos a mudança tem que acontecer em nós primeiro.

E nós jovens temos a obrigação de reacender a esperança no coração daqueles que de tanto sofrimento já estão desacreditados, pois somos nós JOVENS a esperança e toda essa personalidade que temos deve ser mostrada, temos voz, temos caras, somos jovens, JOVENS URBANOS”.

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