terça-feira, 31 de maio de 2011

Encontro Regional

Em breve teremos outras postagens galera, o que posso adiantar é que a semana que passou teve muito ensaio: teatro (manhã) e música (tarde).
Amanhã é o grande dia. "É nóis".

sábado, 28 de maio de 2011

17/ 05/2011

Começamos a semana vendo o que poderíamos apresentar no encontro dia 01 de junho. O Del estava presente e disse que a galera da manhã, resolveu criar e ensaiar uma peça; sendo que se dividiram em autores, atores e suporte técnico.

Já de tarde, houve sugestões como: teatro, poesia, documentário e música. Contudo o que mais despertou interesse no grupo foi à música - isso pelo fato da recente empolgação da criação de uma música no dia do Clube Itaú - então três grupos foram divididos: dois que criariam outras duas estrofes (já que o jovem Caíque havia criado uma primeira parte) e, outro que fazia a parte do arranjo musical. Digitamos no computador e expusemos na data-show a letra ainda inacabada.

Conversamos também sobre o filme “Narradores de Javé”, ressaltando que é bem melhor partir em retirada do que fugir (como é colocado no filme de forma cômica). A história da cidade de Gameleira da Lapa, que após as gravações do filme passou a se chamar Javé, também foi muito comentada e gerou espanto, já que era um local que há anos não tinha coleta de lixo e, durante as gravações houve um incentivo e os moradores realizaram a separação de materiais para reciclagem; que depois resultou em coleta por parte do poder público.

18/ 05/2011

Já com a letra da música finalizada e exposta na data-show cantamos e tocamos; depois combinamos a disposição em palco. Surgiu a idéia de elaborar uma poesia para ser declamada durante a mesma, e foi composta pela jovem Andreza que também irá declamá-la. Lanchamos e quatro pessoas escolheram seus parceiros na divisão dos grupos, parecia um campinho de futebol, quatro assuntos diversos tendo como suporte a revista “Viração”, sendo os assuntosgênero, ECA, internet banda larga e música de celular em ônibus; distribuídos para eles após sorteio realizado pelos próprios jovens. Um bom tempo foi cedido para sintetizarem sua apresentação, feito isso cada qual apresentou seu tema aos demais.

Muitos queriam ler e, nosso combinado foi outro: apresentar os pontos principais. Contudo foi muito interessante e exigiu trabalho em grupo.

19/ 05/2011

Após nos encontrarmos na Praça do Forró, pegamos o ônibus Praça do Correio, que tem ponto final próximo ao Parque Chico Mendes. Fomos caminhando para lá, chegando ao parque deu uma sensação de tranqüilidade, nos afastando da agitação dos carros e pessoas. Como o Del já esta freqüentando o parque às sextas-feiras, recolhendo materiais para reciclagem e participando do projeto de replantio (que visa a plantação de mudas com espécimes nativos da região no parque), ficou mais fácil trocarmos uma idéia com a administração, e a dona “Íria” nos apresentou o “Seu Bia”; que com muita disposição abriu os portões e nos acompanhou pela trilha.

Fizemos dois caminhos, observando a natureza e por vezes ouvindo as explicações do “Seu Bia”, que com muita paciência lidava com os jovens “É muito bom quando alguém vem para conhecer o parque, eu estou trabalhando aqui a mais de 18 anos” disse. Mostrou-nos que havia alguns buracos no inicio dos barrancos, explicando que estes ajudam a água das chuvas a escoar e foram criados pela própria natureza; “Isso nos faz pensar há realmente um criador” disse o jovem Eliseu, observavando agora junto aos outros colegas o caminho das águas vindas da nascente. Chegamos a uma parte da trilha “hard”, sendo divertido a ajuda mútua para praticamente escalarmos o barranco. Vimos também troncos de árvores separados no chão, no que Seu Bia explicou que o destino destes é uma madeireira próxima ao Parque do Carmo, virando sobretudo bancos.

“As figueiras são árvores centenárias algumas tem quase 150 anos e, muitas árvores daqui - tirando os eucaliptos - são originais dessa região” -, explicava Seu Bia.

Depois de agradecer-lhe pela paciência e pelas explicações, ele nos mostrou um local para lancharmos. Descansamos um pouco e conversamos sobre a trilha. Fomos convidados para participar de danças circulares, juntamente com uma galera de funcionários da saúde que fazia um encontro lá no saguão principal. E participamos de danças: portuguesas, escocesas e por fim uma espécie de dança uni - territorial elaborada após a queda do muro de Berlim que visava a união entre os povos. “É diferente mais eu gostei” disse a jovem Jenifer. A nossa participação chamou a atenção dos transeuntes do parque, já que é difícil à participação dos jovens em práticas como essa e nas oficinas em geral. Todos se sentiram lisonjeados ao ver que é possível uma integração maior com o público jovem. Foi uma tarde bem agradável ao som de pássaros e ar puro.

Valeu galera: vocês foram dez.

Dona Íria nos recepcionando


Del, ao lado de "Seu Bia"

Seu Bia destrancando a trílha

Subindo a trilha

Seguindo na subia a trilha

Uma visão do lago de patos

Fazendo interação com a dança circular

Ao final da dança circular, fazendo a integração final


    Era o 17/ 05/2011 e iniciamos a semana com a notícia de que deveríamos montar alguma apresentação para o dia do encontro publico [01/06/2011], depois de uma votação entre musica, dança e teatro ficou acertado que faríamos teatro, dado ao fato que uma peça não exclui números musicais e de dança. Retomamos ao ponto principal do planejamento para dia, e após o café nos dedicamos a escolher o tema da peça e dividimos as tarefas. Encerramos frisando a circulação do dia seguinte seria ao Banespa.


    Começamos o dia 18/ 05/2011, como sempre combinamos, o encontro inicial foi novamente na Praça do Forró, partimos às 08h50min, e tomamos o trem sentido centro. O Banespa foi uma circulação que não realizamos na trajetória adesão, devida a chuva ocorrida no dia, nos fazendo ir para a exposição da artista “Tatiana Blass”. Todos estavam muito ansiosos para subir no prédio. Lá chegando, nós fizemos a caminhada rumo ao prédio, e entramos em grupos de 7 pessoas, cada um podia ficar apenas 5 minutos na torre do Banespa, mas a satisfação no rosto de cada era tão notória que se pode perceber que o tempo foi o suficiente. Depois de todos nós termos subido, voltamos em direção a estação Sé, paramos no pátio do colégio para o lanche e rumamos de volta à velha zona leste, segue abaixo um pouco de nossas impressões:







    No encontro do dia seguinte, 19/ 05/2011, nós conversamos sobre como em cada circulação o curso fica mais agradável e mais satisfatório para seguir em frente. Falamos sobre como foi nossa passagem pelo Banespa e pelo centro, tivemos uma rodada de discussão em circulo sobre o fato de que, apesar de ser aberto ao publico, o prédio não é mais publico, pois houve a privatização do Banespa em 1998. Conversamos sobre o que isso significa, falamos de outras privatizações e de uma possível privatização da escola publica. Tomamos o lanche e voltamos a focar na peça, que agora já possui idéias e personagens prontos, uma comissão organizativa que já está focado à procura de um local de ensaio, figurinos e cenário, além da distribuição de tarefas e papéis. Os jovens que podiam combinaram encontros para conversar sobre a peça nos finais de semana.


   Atualizando um pouco nossa vida virtual vamos falar um pouco sobre as duas ultimas semanas. No dia 10/ 05/2011 começamos conversando sobre o clube do Itaú. Como deveríamos nos comportar, a que horas chegar, e sobre como seriam os pagamentos das bolsas. Explicada esta parte, nós entramos no assunto da cartografia e conversamos sobre qual mapeamento faríamos. Decidimos-nos por mapear o tráfico de drogas na América do Sul. Realizamos cartazes sobre o assunto com dados que trazíamos em mente, depois de discuti-los, comparamos com dados reais pela internet, e pudemos perceber que a percepção dos jovens sobre o assunto não difere muito dos dados oficiais.


    É chegado o dia 11/ 05/2011 e era um dia que prometia ser bonito, chegamos à Unicsul as 05h da manhã como combinado. Fiquei muito contente em perceber que os jovens estavam entusiasmados mesmo após acordar muito mais cedo que o habitual. Não tenho palavras para descrever como eu próprio me diverti em companhia dos outros educadores e dos jovens [de nossa ONG e das outras], logo ver a alegria estampada e no rosto de cada jovem era muito gratificante. Pudemos perceber que após a notícia de que em junho os benefícios serão entregues, o dia no clube do Itaú fortaleceu muito a vontade de continuar dos jovens.  


Como eu já era previsto, no dia 12/05/2011, mesmo que quiséssemos falar de outro assunto, não poderia, pois o clube do Itaú era a “pauta do dia”. Mostramos fotos no data-show, falamos sobre o que vimos, sentimos e de como nos divertimos, ficou aquele sentimento de que quem não foi perdeu uma das melhores circulações que tivemos até o momento. Para o restante vamos deixar as fotos falarem por si mesmas:






segunda-feira, 23 de maio de 2011

Viva Adoniran Barbosa. E o que falar da mídia?



Escritores riem da tese da Globo sobre língua popular e livro didático 'errados'

Os escritores Marcelino Freire e Cristovão Tezza participaram nesta semana do programa "Entre aspas", apresentado por Mônica Waldvogel na GloboNews. Com bom humor, os dois escritores rechaçaram a tese da Globo (e da velha mídia), que, a partir de trechos retirados do contexto, ataca o livro "Por uma vida melhor", adotado pelo Ministério da Educação para turmas de jovens e adultos.

Quando a apresentadora fala em "regra errada do português", imediatamente Tezza, professor aposentado da UFPR, a interrompe e a corrige: "Variedades não padrão".

Mônica responde: "Estamos tucanando aqui". Ao que Tezza rebate: "É um conceito linguístico esse. Todas as línguas do mundo funcionam assim, são variedades. [...] A diferença entre dialeto e uma língua é que uma tem exército, e a outra não. É a história das línguas."

Marcelino Freire cita o poeta Sérgio Vaz: "Quando a gente diz nós vai, é porque nós vamos".

Tezza explica:

"Quando você constrói uma gramática escrita, você escolhe formas, passa a escrever essa formas, passa a defendê-las. E elas passam a ser o certo. E aí se começa a estigmatizar o que não está daquela forma. Isso é construção histórica das línguas padrões [...].

O conceito de variedade linguistica é fundamental, não há mal nenhum em mostrar aos alunos, mesmo dos primeiros anos, que a língua é um conjunto de variedades, inclusive para trabalhar com a diferença e a importância da norma culta. O que não precisa é humilhar ninguém para fazer isso.. é um processo esmagador, a escola tem muito poder, o aluno chega lá, só fala a variedade dele, o professor vai olha, você é burro, senta ali no milho... não. Vamos trabalhar de outra forma. É uma questão didática."

"Que conselho vocês dão aos que estão tão preocupados?", questiona a apresentadora, ao final do programa.

É a deixa para Freire arrematar:

"Vão de Adoniram Barbosa: "Arnesto nos convidou / prum samba ele mora no Brás / Nóis fumo, num encontremo ninguém..." [mais risos]

Fonte:
http://drrosinha.com.br/livrodidatico/

quinta-feira, 19 de maio de 2011

MÚSICA, TEATRO, DANÇA E ARTES PLÁSTICA. É A SEMANA CULTURAL

Música, dança, exposições e muitas outras atrações estão programadas para a Semana Cultural da Cruzeiro do Sul, que promete agitar os quatro campi da Universidade, de 23 a 27 de maio.

A iniciativa é da Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários para promover cultura, entretenimento e interação aos alunos.

As atividades - exposições, apresentações de música e teatro - conforme programação abaixo, estão abertas aos Jovens Urbanos.

Confira a programação e participe:

Semana Cultural – Maio / 2011

Dia 23 (segunda) – São Miguel – Auditório D
10h – Concerto Visita Musical
20h – Banda ONIX – Pop Music
Exposição da Artista Plástica: Adinéia Batatinha dos Santos

Dia 24 (terça) – Pinheiros – 7º andar – Sala 705
10h – Apresentação Lítero-Musical Geografia da Alma
20h – Grupo de Estudo de Dança Afro e Manifestações Culturais – Babalotim

Dia 25 (quarta) – Liberdade – Auditório Santander – 2º andar – Bloco B
10h – Dança do Ventre Clássica
20h – Audição Pedagógica (música)

Dia 26 (quinta) – Anália Franco – Pátio Prédio Anália Franco
Exposição dos trabalhos dos alunos do Curso de Artes Visuais

Dia 27 (sexta) – São Miguel – Auditório D
10h – Banda ONIX – Pop Music
20h – Musical “A Noviça Rebelde” com participação do Prof. Walter Chamun
Exposição do Cartunista Humberto Pessoa

quarta-feira, 18 de maio de 2011

POLÊMICA SOBRE O ENSINO DA LÍNGUA

O assunto está mobilizando a opinião pública e o tema está muito presente no NOL, com diversos posts colocando-o em discussão. Acredito que podemos estabelecer aqui também um debate, tendo como ponto de partida esta nota de esclarecimento da Ação Educativa, instituição responsável pela concepção da obra foco da polêmica

NOTA PÚBLICA DA AÇÃO EDUCATIVA

Livro para adultos não ensina erros


Uma frase retirada da obra Por uma vida melhor, cuja responsabilidade pedagógica é da Ação Educativa, vem gerando enorme repercussão na mídia. A obra é destinada à Educação de Jovens e Adultos, modalidade que, pela primeira vez neste ano, teve a oportunidade de receber livros do Programa Nacional do Livro Didático. Por meio dele, o Ministério da Educação promove a avaliação de dezenas de obras apresentadas por editoras, submete-as à avaliação de especialistas e depois oferece as aprovadas para que secretarias de educação e professores façam suas escolhas.


O trecho que gerou tantas polêmicas faz parte do capítulo “Escrever é diferente de falar”. No tópico denominado “concordância entre palavras”, os autores discutem a existência de variedades do português falado que admitem que substantivo e adjetivo não sejam flexionados para concordar com um artigo no plural. Na mesma página, os autores completam a explanação: “na norma culta, o verbo concorda, ao mesmo tempo, em número (singular – plural) e em pessoa (1ª –2ª – 3ª) com o ser envolvido na ação que ele indica”. Afirmam também: “a norma culta existe tanto na linguagem escrita como na oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta”.


Pode-se constatar, portanto, que os autores não estão se furtando a ensinar a norma culta, apenas indicam que existem outras variedades diferentes dessa. A abordagem é adequada, pois diversos especialistas em ensino de língua, assim como as orientações oficiais para a área, afirmam que tomar consciência da variante linguística que se usa e entender como a sociedade valoriza desigualmente as diferentes variantes pode ajudar na apropriação da norma culta. Uma escola democrática deve ensinar as regras gramaticais a todos os alunos sem menosprezar a cultura em que estão inseridos e sem destituir a língua que falam de sua gramática, ainda que esta não esteja codificada por escrito nem seja socialmente prestigiada. Defendemos a abordagem da obra por considerar que cabe à escola ensinar regras, mas sua função mais nobre é disseminar conhecimentos científicos e senso crítico, para que as pessoas possam saber por que e quando usá-las.


O debate público é fundamental para promover a qualidade e equidade na educação. É preciso, entretanto, tomar cuidado com a divulgação de matérias com intuitos políticos pouco educativos e afirmações desrespeitosas em relação aos educadores. A Ação Educativa está disposta a promover um debate qualificado que possa efetivamente resultar em democratização da educação e da cultura. Vale lembrar que polêmicas como essa ocupam a imprensa desde que o Modernismo brasileiro em 1922 incorporou a linguagem popular à literatura. Felizmente, desde então, o país mudou bastante. Muitas pessoas tem consciência de que não se deve discriminar ninguém pela forma como fala ou pelo lugar de onde veio. Tais mudanças são possíveis, sem dúvida, porque cada vez mais brasileiros podem ir à escola tanto para aprender regras como parar desenvolver o senso crítico.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Da Carta Capital O Bolsa Família de Dilma Rousseff

Artigo do sociológo Marcos Coimbra, para Carta Capital.

Uma das mais importantes decisões do governo Dilma Rousseff está prestes a se concretizar e poucas pessoas estão sabendo. Até o fim de maio, depois de meses de estudos e reuniões (que contaram com a participação ativa da presidenta), o Programa Brasil sem Miséria deverá ser lançado.

A meta é ambiciosa: de agora até 2014, acabar com a miséria absoluta no Brasil, mudando radicalmente a vida de 16,2 milhões de pessoas, sua população-alvo. Em nossa história, nenhum governo havia se colocado em um desafio desse porte.

Pena que algo tão relevante fique em segundo plano nas discussões políticas e nas atenções da mídia. Obcecados com o tema do “retorno da inflação”, ninguém se interessa por outra coisa. Ficamos presos à velha agenda: “Gastos públicos descontrolados”, “fatores de instabilidade” e “limites ao crescimento”.

Enquanto isso, um programa totalmente novo está em gestação. Se der certo, o Brasil sem Miséria vai ajudar a resolver um problema que sempre consideramos insolúvel e revolucionar a nossa sociedade.

É algo que Dilma anunciou na campanha como um de seus principais compromissos, mas que passou quase despercebido. No meio de tantas coisas sem pé nem cabeça que estavam sendo prometidas, é até compreensível que isso tivesse acontecido.

Depois da eleição, uma das tarefas nas quais ela mais se empenhou foi na finalização do programa. A versão que será em breve anunciada tem sua marca pessoal.

Aliás, na hora de escolher o slogan do governo, ela optou pela frase “País Rico É País sem Pobreza”, no lugar do que Lula preferia, “Brasil: um País de Todos”. Ou seja, o novo programa é bem mais que apenas outro na área social.

A ideia é simples de enunciar, mas a concretização é complicada. Como disseram suas responsáveis diretas, a ministra do Desenvolvimento Social e a secretária extraordinária para a Erradicação da Pobreza, em entrevista recente, a premissa do programa é que, para erradicar a miséria, é preciso dirigir aos segmentos mais vulneráveis da população ações que assegurem: 1. A complementação de renda. 2. A ampliação do acesso a serviços sociais básicos. 3. A melhora da “inclusão produtiva”.

Como se pode ver, é muito mais que o Bolsa Família, mas dele decorre. Sem a experiência adquirida nos últimos anos, seria impensável um programa como esse, que exige integração de vários órgãos do governo federal, articulação com estados e municípios e capacidade de administrar ações em grande escala. Além disso, é mais complexo, pois implica desenhar soluções específicas para cada segmento, comunidade ou até família, em vez de lhes destinar um benefício padronizado, por mais relevante que seja.

Com ele, tomara desapareçam duas coisas aborrecidas de nosso debate político. De um lado, a reivindicação de paternidade do Bolsa Família que Fernando Henrique e algumas lideranças tucanas repetem a toda hora. De outro, as opiniões preconceituosas contra programas do gênero, típicas de certas classes médias, para quem transferir renda é uma esperteza que subordina beneficiários e perpetua a pobreza. Daí a dizer que Lula é produto do Bolsa Família é um passo.

O curioso na pendência a respeito de quem inventou o Bolsa Família é que o Bolsa Escola, criado no governo FHC, tem sua origem em algo que nasceu dentro de uma administração petista, a do Distrito Federal, quando Cristovam Buarque foi governador. O que foi implantado em Campinas à época em que o tucano Magalhães Teixeira era prefeito tinha pouco a ver com desempenho ou frequência- -escolar, pré-requisitos do Bolsa Escola.

Discussões como essa perdem sentido ante o novo. Onde estaria seu DNA peessedebista se o Bolsa Escola era algo tão mais limitado e menor? Como insistir no discurso do “Fui eu que fiz?”

Aos críticos do maquiavelismo petista, o Brasil sem Miséria responde com sua concepção inovadora e disposição de fazer. Quem levou o Bolsa Família a ser o que é tem crédito para se propor um desafio dessa envergadura.

Mas o importante mesmo é a perspectiva que se abre de que a miséria seja enfrentada para valer. Essa é uma dívida que o País precisa pagar.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Segunda semana de maio (Tarde)

10/ 05/2011

Hoje o assunto não poderia ser outro: Clube Itaú. Comentei o horário de saída do ônibus (cinco da madrugada) ressaltando a distância e o transito que pegaríamos se saíssemos mais tarde.

Elizeu informou o grupo sobre o que havia sido discutido na reunião do Comitê Jovem, e outra vez comentou sobre o clube coisas como: não usar drogas, bebidas alcoólicas e traje adequado para a piscina. Pessoalmente colocou sua opinião dizendo que não gostou da reunião, isso pelo fato de esperar outras discussões e não somente assuntos referente às bolsas; disse o quanto os meses que passaram foram importantes para a aprendizagem do grupo, depois vieram mais perguntas referente as bolsas, no que explicou muito bem sobre os dez meses.

Depois ressaltei a importância de escolherem as oficinas de acordo com suas vontades e sonhos, não pensando somente no profissional já que existem muitas pessoas que vivem alimentando seus sonhos, como no teatro, música, literatura, grafite etc. Mas que todas as escolhas serão consideradas.

Entramos no assunto da cartografia e, utilizei como suporte o mapeamento que a galera da manhã fez sobre tráfico de drogas na América do Sul, bem como suas considerações na implicação do mesmo nas regiões onde residem.

Como exemplo prático (continuando uma atividade passada), falei que iria cartografar os gostos e conhecimentos musicais da nossa turma; em encontros passados os jovens escreveram em seus diários musicas que tinham a ver com a questão da cidade; hoje divididos em três grupos, cada um destes escolheu uma música e depois uma palavra desta; a palavra escolhida quando falada a outro grupo, estes deveriam cantar uma música com essa palavra. Na segunda etapa eu falava a uma palavra aleatoriamente e, quando dizia “troquei de rádio” outro grupo tinha que cantar outra música com a mesma palavra. A dinâmica empolgou muito a galera, e para jogar mais lenha na fogueira tinha o ponto de animação, onde se considerava o grupo cantando junto e com expressão.

Lanchamos e por fim recordamos o horário e regras do clube, bem como a escolha das oficinas. Foi uma tarde muito divertida e lúdica.

11/ 05/2011

Quebrando a rotina. Hoje é dia de confraternização, o Clube Itaú nos oferece o encontro com as outras ONGs da zona leste; o espaço extenso de frente para a represa do Guarapiranga proporcionou aos jovens muito lazer e convivência em grupo. Mas nem quero falar muito, prefiro que os jovens nos mostrem com algumas fotos tiradas (porque se forem todas não sobra espaço no blog, mas acredito que os orkuts estejam cheios):







12/ 05/2011

Pós passeio e o assunto não poderia ser outro: Clube Itaú. Quem não foi perdeu, e dava pra perceber isso a cada comentário que ia surgindo enquanto passávamos as fotos tiradas no data-show.

Depois, para explorar melhor a idéia de cartografia e mapeamento, vimos o filme “Narradores de Javé”, que enfoca muito bem a história oral e cultura da região. Os locais históricos e um mundo moderno entrando no mapa: uma barragem.

Fizemos outra vez uma espécie de piquenique na praça do Morumbizinho.

Pedrinho

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Maio começou e vamos nós - Manhã e Tarde

Turma da Manhã
Para iniciarmos a semana resgatamos passagens dos nossos encontros anteriores e discutimos sobre a trajetória adesão que concluímos, e da importância da trajetória TRAMA. Discutimos também sobre a importância da freqüência, visto que agora é prá valer. Treino é treino. Jogo é jogo. Faltou duas vezes no mês, e a bolsa está comprometida. Quer dizer: Não será depositada no banco.
Em seguida conhecemos a vida do líder sindical e ambientalista, Chico Mendes, narrando sobre suas lutas, conquistas, construções e reconhecimento mundo afora, pelo trabalho gentil, generoso e solidário, realizado no decorrer de toda a sua vida.

As fontes pesquisadas:

Dia de exploração. Local? Parque Chico Mendes. Alcançamos o parque de ônibus, e depois de 45 minutos de trajeto, lá estávamos nós, e já chegamos iniciando a trilha permeada de árvores centenárias da mata Atlântica. Fotografamos tudo. E as fotos revelam o que encontramos: alumínio – latas de cerveja, plástico – pets de refrigerantes, embalagens tetra pak, entre outros tipos lixo, espalhados mata adentro. Estavam lá esperando assim a decomposição que acontecerá em 100, 200, 300 anos. Pelo menos as que encontramos, esses nós retiramos desse ambiente.
Refeitos da perplexidade, pois afinal estávamos dentro do Parque que leva o nome do ambientalista Chico Mendes reconhecido mundo afora e lá também, o lixo é presente. Continuamos a circulação e visitamos exposição de peças de artesanato, fotos e quadros do patrono do parque. Nos deparamos com esculturas em madeira de artista anônimo, com diversas formas revelando a estética e crença do artista. Ao final da exploração informamos a administração do parque sobre as fotos e as imagens nada agradáveis reveladas. O lixo recolhido? Levamos para o centro de reciclagem que fica do outro lado da rua. Foi proposto aos jovens a criação de uma equipe cata lixo. A idéia vem sendo amadurecida pela turma.
Paralelamente ao nosso planejamento, para complementar os conteúdos que discutimos nos dias anteriores, projetamos o “ Ultimo Garimpo” narrando a história de migrantes nordestinos na periferia de São Bernardo do Campo e Diadema, com imagens de cata de comida e recicláveis de um antigo lixão, para sustento da família, e a polêmica em torno do fechamento do lixão, enquanto aquela população ali instalada contra o fechamento. Discutimos sobre a perda de auto estima dos homens frente as necessidades. Estavam todos ali mobilizados pelo não fechamento do lixão, enquanto poderiam se mobilizarem para obterem melhores condições de vida. Aquela condição de vida, já era suficiente. Discutimos estes paradoxos com a turma. Hora do lanche. Bora lá comer.
Na volta acessamos a internet e pesquisamos as ultimas noticias sobre o lixão de Itaquaquecetuba – Região do Alto Tietê, e vimos lá as condições precárias daquelas pessoas. Concluímos com o vídeo de 1984 que o problema do lixo é atrelado a miséria e a falta de emprego. 11 anos depois em 1995 e 16 anos depois em 2011, o problema permanece absolutamente igual. Para reflexão do final de semana: Pense numa idéia para mudar o mundo em termos ambientais:
1 - Reutilização de garrafas pet (Realização de uma oficina com o Douglas [Jovem participante])
2 - Papa-pilhas [Já recolhemos 48 pilhas e daremos fim adequado];
3 - Não usar copos descartáveis;
4 - Reciclagem de papel;
5 - Tentar conter o desmatamento (Mutirão de plantio de mudas);
6 - Artesanatos com produtos recicláveis (latinhas, Tetra Pack, etc.; e realização de uma oficina com a Mariana [Jovem participante])
Rogério Novaes
Turma da Tarde
Nesta primeira semana de maio participamos com a galera do Tide Setúbal da formação no Ipedesh. A vivência foi legal. Uma tira de papel continha o escrito e um tipo de pessoa discriminada pela sociedade, colada nas costas de cada participante. Sem saber quais tipos de pessoa representavam os personagens, cada qual tratava o outro evidenciando preconceitos, indiferenças entre outras manifestações e toda sorte de gestos e não gestos preconceituosos.
Estava lá presente, o jovem negro, evangélico, morador de rua, portador de necessidade especial, homossexual, garoto de programa, usuário de droga, pastor, padre, rico e pobre, jovem grávida, jovem pai principalmente. Eu fui uma jovem grávida e senti na pele o machismo.
Nossas atividades com os jovens continuam despertando expectativas, e a que mais se sobressai diz respeito as bolsas, e novamente tratamos de explicar os processos burocráticos e vão se revelando assim o peso do Estado sobre o cidadão comum, principalmente esse público jovem, quando dependente dos benefícios públicos. Iniciamos uma discussão crítica sobre “Cidades” tendo como pano de fundo o clip “A Cidade” de Chico Buarque, outro do Chico Science e Nação Zumbi, e finalizamos a discussão com o clip de Construção também de Chico Buarque.
Presentes nas imagens e relatos a associação do homem e mulher com o caranguejo e dos urubus com os que exercem o poder. A discussão foi acalorada, e Nação Zumbi com sua fusão de ritmos tradicionais pernambucanos, do tipo Maracatu – expressão carnavalesca do Recife, rock, bom-bom-bom, que o de cima sobe e o de baixo descer-s – letra do Chico Science, os jovens puderam observar e relacionaram semelhanças com São Paulo e a peleja pela sobrevivência.
Construção – clip de Chico Buarque também trouxe reflexões sobre o trabalho e a rotina, despedidas, o fardo do trabalho e a quebra de simbologias quando o transito invade a cidade e por conseqüência – paradoxalmente a cidade para o seu crescimento, porque deseja crescer demais continuamente. Houve no decorrer dos debates posturas desrespeitosas e assuntos paralelos dispersando os debates. Hora do lanche. Hora tão feliz. O apito do juiz.
Dia de exploração. Caminhamos rumo ao Parque Ecológico do Tietê. Sol escaldante e vontade de entrarmos no lago. Resolvemos que a tarde seria de piquenique. Descemos na estação Engenheiro Goulart, e fizemos a caminhada de 20 minutos. Visitamos o museu do parque e recebemos a monitoria sobre o acervo: a utilização dos rios para navegação e comércio, a canoagem e outros esportes praticados no rio no século passado, e a poluição detendo o fluxo normal das águas vindas de Mogi das Cruzes, Salesópolis, e cidadãs adjacentes.


Os jovens fizeram seus registros e começam a estabelecer “links” comparando com as informações registradas sobre a História de São Miguel Paulista. Assim cada qual começa a preparar o seu material para exposição, um em formato de HQ, outro em formato livro e assim por diante. Terminamos o dia em clima de piquenique na Praça “Morumbizinho” como é conhecida a praça em frente à Universidade Cruzeiro do Sul.

Pedro Rafael

terça-feira, 3 de maio de 2011

Trajetória Trama - explorações

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA – 26, 27 e 28 de abril

Muitos tiveram dificuldades de chegarem à Estação de São Miguel. A ansiedade estava presente no ar, e muitos nem queriam lanchar antes da partida. Chegamos no museu as por volta das 14:20horas, e fomos recepcionados pela monitora Mariana. Dentro do museu os jovens conheceram um pouco da história da língua portuguesa, assistiram ao filme exibido pelo educativo do museu e se divertiram muito no segundo andar, passeando de computador em computador, pesquisando as palavras e suas origens. Perceberam e gostaram de saber que na língua falada “nada é errado”, e que grupos sociais como: grafiteiros, skatistas e mesmo advogados, médicos, e outros, detém linguagens próprias sem sair do mesmo idioma, e assim ocorre também com a linguagem da internet.


Aos poucos o grupo vai se tornando próximo e ampliando suas perspectivas co olhares e espírito de equipe. A dinâmica do dia foi realizada com a distribuição de folhas de papel sulfite dobradas em quatro. Cada jovem permaneceu com dois pedaços em mãos, escrevendo uma palavra com caráter informal e, outra com caráter formal. A discussão foi enumerada no quadro negro, entre grupos sociais que se comunicam de maneira diferente – formal e informal. Destacamos a participação do jovem Eliseu, participando ao grupo que os grupos religiosos fazem parte das duas linguagens.

A seguir projetamos a palavra acesso e seus diversos significados, ressaltando a importância da própria para acessarmos grupos e ambientes sociais variados, onde é necessário utilizarmos os dois formatos (formal e informal), e discutimos também sobre a linguagem virtual que muitas vezes acaba nos confundindo no processo da leitura e escrita.

Concluindo a dinâmica nos dividimos em dois grupos estabelecendo a competição: onde cada grupo destacava sua frase informal e o outro respondia de maneira formal e vice versa. A dinâmica foi muito legal, produtiva, sendo entendida como ampliação de repertório, e o caráter competitivo ficando em segundo plano.