domingo, 11 de dezembro de 2011

É UMA CILADA BINO!


    Este foi o sentimento que eu tive, com o aproximar-se do fim de nosso programa. Não com o PJU em si, pois lembro-me bem, lá no começo, no ultimo dia de formação, do Wagner nos dizendo: “Eu admiro as boas idéias de transformação, as boas práticas, mas lembrem-se sempre de que isto, apesar de sua pedagogia bem pensada e trabalhada, o PJU é financiado por um banco”. 


    Não foi exatamente assim que ele disse, mas é como eu me lembro.

    Com isso na cabeça, e ao ver os jovens pela primeira vez, eu pensei em minha própria vida e trajetória e me esqueci do banco. Nasci na periferia e venho de uma família de 6 irmãos, perdi o pai, assassinado, aos 2 anos e a mãe de infarto, quando eu tinha 14 anos, numa conjuntura destas, se o meu caminho fosse o crime, a sociologia logo me perdoaria ao estudar meu caso. 


    Mas ao lado de casa tinha a escola publica, no bairro ao lado do meu tinha a biblioteca publica e digo sem titubear: “A ESCOLA PUBLICA ME SALVOU”.


     Logo pensei: “Porque não dar o melhor de si e tentar fazer pelos jovens o que a escola fez por mim?”. Num contexto diferente e sem desmerecer a escola publica, é claro. Sabemos que a escola publica não anda boa das pernas, mas a culpa não é nossa nem dos jovens e nós sabemos de quem é esta culpa. Cabe a nós transformá-la.


    Voltando à “CILADA BINO!”; tive este sentimento ao perceber que em 89,9% do tempo só tinha como companheiros, o PEDRO RAFAEL, os jovens, minha inabalável fé na educação e o professor Paulo Freire no coração.
   Não estou reclamando de nada, por que sei que eu e o PEDRO RAFAEL demos o melhor de nós e fizemos o possível para que as coisas acontecessem da melhor forma. Sinto apenas aquela pequena frustração de alguém que é apaixonado pela educação e vê o desânimo nos olhos de seus educandos quando tarefas simples de serem realizadas, como entregar lanches e recarregar bilhetes não darem certo, e o simples atrapalhar o complicado, que é transFORMAR pessoas. Mas me tranquilizo com o fato de que, se as questões técnicas não saíram como deveriam, nas questões pedagógicas eu e o PEDRO RAFAEL [a sós e com a ajuda apenas das formações e dos amigos de outras ONGs] demos conta. E como disse o educador Fernando, da CASA DOS MENINOS, [http://pju6casadosmeninos.wordpress.com/2011/12/08/fim-da-linha-conexao-para/] saio deste trem com a sensação de dever cumprido, após uma caminhada de dez meses tentando construir um trabalho que leve os jovens a reflexão e sigam adiante sem medo de nada, pois se eu e o PEDRO RAFAEL conseguimos com todas as adversidades, todos eles conseguirão. 


    Alguns podem até pensar: como alguém como eles, que tiverem a estrutura de uma universidade [projetor, tela branca, internet na sala e clima universitário] podem reclamar. Claro que agradecemos muito a quem sempre nos ajudou lá, que é o Sr. Hamiltom e o Sr. Benê, e os meninos do áudio-visual, mas afirmamos que a tecnologia não adianta muito num lugar que não nos pertence e onde somos tratados quase como Palestinos em Gaza.


    Não vou postar fotos da banca porque não preciso provar que estivemos lá, que fomos elogiados pelos projetos construídos pelos jovens e que nossa tarefa está cumprida.

    Apenas agradeço aos jovens que acreditaram e concluíram os projetos e o programa, aos “bons e compromissados” companheiros de trabalho das ONGs e do CENPEC e que saio desta com “A MENTE QUIETA, A ESPINHA ERETA E O CORAÇÃO TRANQÜILO” [Walter Franco]


Para encerrar, a musica “Meu amigo Pedro” de Raul Seixas, dedicada ao bom entendedor.

Muitas vezes, Pedro, você fala
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não

Vai pro seu trabalho todo dia [RISOS]
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro as coisas não são bem assim

Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

Tente me ensinar das tuas coisas
Que a vida é séria, e a guerra é dura
Mas se não puder, cale essa boca, Pedro
E deixa eu viver minha loucura

Lembro, Pedro, aqueles velhos dias
Quando os dois pensavam sobre o mundo
Hoje eu te chamo de careta, Pedro
E você me chama vagabundo

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou à perdição
Há tantos caminhos tantas portas
Mas somente um tem coração

E eu não tenho nada a te dizer
Mas não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo, Pedro
Onde você vai eu também vou

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

É que tudo acaba onde começou
Meu amigo Pedro. 

Estamos firmes, sempre.

Abraços a todos e obrigado.

Del



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Palavras na semana anterior a Banca...

28/11 a 01/12:


Certa vez ouvi um colega meu falar que a palavra é como uma flecha quando disparada de um arco: "depois que solta, não volta nunca mais".



E por isso devemos dar a devida importância a elas, pois podem tanto ajudar uma pessoa, como destruir.



Daí o cuidado dos educadores em não rotular ou diminuir alguém!


Chegando na etapa final do circuito, fiquei pensando: "que palavras estão na cabeça dos jovens neste finalzinho de programa?".




Então lembrei de algumas palavras faladas por nós durante todo o programa. Tive que deixar algumas de fora, fazendo uma seleção e utilizando o maravilhoso site kokolikoko.com, que já embaralha tudo pra gente.


Palavras estas que podem ajuda-los na apresentação da banca, temos que lembrar em usar a "linguagem mais formal possível ein", deixa que as gírias a gente usa depois rs.



O fato de "caçar as palavras" nos faz pensar como na vida precisamos buscar as coisas, ir atrás!


Sejam argumentos ou sonhos, podendo ser uma busca individual (como acima) ou coletiva (como abaixo); mais o importante é buscar.


Para no final descobrirmos quem somos...


Semana sem circulação e muito ensaio para banca, também foi assim no dia do caça-palavras, em breve finalizamos e apresentamos. Ufa!


Mas vale a pena.