segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Forum10: Para Leoni o que vale é a cultura do talento


Leoni é um dos artistas mais ativos na rede. Músico, foi do Kib Abelha, Heróis da Resistência e há algum tempo faz carreira solo. Foi um dos primeiros a liberar todas as suas músicas para baixar na Internet e agora está lançando um formato de compra de shows que elimina o intermediário.

Por esse sistema, ele acerta com a casa de show o preço para poder locar o espaço e vende os ingressos diretamente pelo sistema de crowdfunding. O preço da entrada acaba ficando bem mais barato para o público. Se der certo, isso mudará completamente o mercado da música, onde as gravadoras já perderam muito espaço. Leia a entrevista que fiz com ele por email.

Leoni, você está lançando um modelo novo de contratação de shows a partir do crowdfunding. Até onde sei é algo inédito no Brasil. Pode explicar para os leitores o significado dessa ideia e o quanto ela pode mudar o mercado musical se vier a dar certo?
Não sei se o modelo é inédito no Brasil, mas é bastante novo, com certeza. A minha esperança é que o crowdfunding chegue a quase substituir a figura do contratante de shows. Pelo menos para as cidades grandes. Normalmente os artistas ficam esperando que alguém tenha interesse em bancar seu show para conseguir chegar numa cidade ou região. E os ficam fãs perguntando: por que você não vem para a minha cidade? É nessa hora que o novo modelo vem resolver o nó: tenho público na região, mas não conheço um contratante na área – ou o contratante local não tem interesse no meu show por achar que não vou gerar receita. O crowdfunding permite que o público seja o contratante. E o artista não tem que correr riscos financeiros. Dessa forma, o bordão da música do Milton Nascimento ganha uma versão web 2.0: o artista vai não só aonde o povo está, mas aonde o público quer que ele esteja.

Você é um dos músicos que disponibiliza suas músicas para download, isso te prejudica do ponto de vista financeiro e artístico ou ao contrário?
Quando comecei a dar minhas músicas na rede vários parceiros e companheiros de geração me recriminaram dizendo que eu não podia concordar com essa “pirataria digital”. Hoje em dia muitos já se renderam ao poder de divulgação e multiplicação de público da internet. Não se encontrou uma forma de remuneração para os criadores na rede, mas há inúmeros benefícios com a democratização da distribuição. Antes da internet as gravadoras controlavam a produção e a distribuição de música. Se você não tivesse um contrato com uma major estaria fora do jogo. Hoje em dia não há mais filtros, todo mundo pode jogar, o problema é chamar a atenção das pessoas nesse caos de informação. A interação com o público, músicas de qualidade e um show poderoso são as melhores formas de divulgação. Desenvolvi bastante esse tema em meu livro, Manual de Sobrevivência no Mundo Digital.
Do ponto de vista artístico a liberdade é infinita. Nenhuma preocupação em agradar diretor de gravadora ou programador de rádio. O trabalho deve visar a qualidade para conquistar o respeito e a credibilidade do público. É o mudança da cultura do “hype” pela cultura do talento.

Como você vê a rede e suas possibilidades do ponto de vista do acesso à cultura?
É um novo mundo onde não só o acesso à informação não tem barreiras, como o acesso à produção. O próprio conceito de autoria deve ser inteiramente modificado em breve. Não há mais uma separação clara entre emissores e receptores. A cultura está deixando de ser um “comunicado” artístico para se transformar em diálogo multilateral, uma construção colaborativa. Ainda nem consigo imaginar aonde isso tudo vai desembocar. Mas será, como já está sendo, bastante rico.

Qual a sua opinião em relação a atual gestão do MinC?
O MinC do governo Dilma está sendo uma decepção. Em relação à reforma da Lei do Direito Autoral, a lentidão e o conservadorismo – que o enfraquecimento do DDI já sugeria – apontam para um alinhamento com o ECAD e o status quo. Inúmeros retrocessos em relação à Cultura Digital e aos Pontões também demonstram que o conceito de cultura do atual Ministério não incorpora as mudanças ocorridas no mundo pós-internet. E não vejo uma agenda propositiva vindo de lá.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Encerrando o período de hibernação virtual

    Retomando nossa vida virtual, que está tão virtual que não se materializa nem aqui no blog; está beirando o mundo das idéias do Platão. Falando em Platão, nós saímos um pouco da caverna [a nossa sala] e pudemos usufruir um pouco de outras dependências da UNICSUL. Nós recebemos os jovens do SEPAS e Vila Mara para exibição do filme “Uma onde no ar” [Segue sinopse em post anterior]. Foi ótimo poder receber nossos amigos e seus jovens e poder trocar conhecimentos e práticas.


Platão

    Estas ultimas semanas foram marcadas por diversos acontecimentos: está começando mais uma trajetória; tivemos formação [enquanto educadores] para dividirmos depois com os jovens as questão do “projeto jovem”; tivemos visita técnica com a Rita carmona do Cenpec;


Visita técnica, não do técnico


fomos ao Centro cultural Vergueiro, divididos em duas turmas [10 e 10] pois um grupo tinha experimentação na quarta e o outro na quinta [na quarta inclusive tomamos uma chuva imensa]; fomos à Caixa cultural e vimos as exposições “Capoeira - Luta, dança e jogo da liberdade”, “A cor do corpo” de Israel Kislansky, e “Cartas do Bom Jesus”, e nesta contamos, surpreendentemente, com todo o nosso contingente, mas infelizmente as fotos do Centro cultural Vergueiro não ficaram muito boas, só as da Caixa cultural que deram para aproveitar [é que estas nossas maquininhas fotográficas que ganhamos parecem aquelas “rolleiflex”, tão citadas nas musicas do João Gilberto].

 

                                                  João Gilberto            e   a           Rolleiflex


Esperando o trem


 Esperando o Metrô


Entrada da Caixa


Vendo a exposição


Olhar sábio dos melhores críticos


    Os jovens [apesar da correria toda] estão animados com esta nova etapa, com a realização de um projeto voltado para a sua comunidade. Outro ponto interessante é que resolvemos mudar a nomenclatura de “Projeto” para “Intervenção”, pois percebemos que o fato de realizar um “projeto” parecia assustá-los, e intervenção parecia algo mais simples e realizável.

Como sempre encerro, e agora mais do que nunca:

“ESTAMOS FIRMES”

Del

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Radio Favela


História da Rádio

A Associação Cultural de Comunicação Comunitária Favela FM é uma entidade de caráter comunitário, sem fins lucrativos, que se estruturou a partir de iniciativa autônoma de moradores da vila Nossa Senhora de Fátima, localizada no Aglomerado da Serra na cidade de Belo Horizonte.

Sua origem remonta aos eventos de cunho musical e cultural que se realizavam como alternativa de lazer no final dos anos 70 nas ruas próximas à favela. A intenção de criar um espaço para divulgar música e cultura negra, falar da discriminação contra os moradores da favela e conscientizar os jovens da comunidade quanto aos problemas relacionados à violência e às drogas, agravados com a entrada do tráfico que então se instalava naquela local, levaram a que, algumas pessoas ligadas à organização de tais eventos, tomassem a iniciativa de montar também uma rádio.

Assim, entra no ar, no ano de 1981 a Rádio Favela, "a voz do morro". A Rádio começou a funcionar precariamente com um transmissor à bateria, um toca-discos a pilha (pois ainda não havia energia elétrica na favela) e equipamentos improvisados. Devido à forte repressão que existia no país, a rádio não podia permanecer em um mesmo local por muito tempo e mudava-se de barraco em barraco, ampliando gradativamente, o número de pessoas da própria comunidade com ela envolvidas.

Embora o funcionamento da Favela FM tenha sido marcado por interrupções não intencionais, devido à perseguições políticas e policiais (a rádio teve seus transmissores lacrados por três vezes), ou à situações de calamidade (o barraco onde funcionava o estúdio foi inundado na época das chuvas, no ano de 1995), a rádio persistiu e continua no ar.

Em 1996, a Rádio Favela, falando do alto de um aglomerado populacional onde moram atualmente mais de cento e sessenta mil habitantes, se institui legalmente como uma entidade cultural, reforça seu caráter comunitário e adquire um alvará de funcionamento fornecido pela Prefeitura.


UMA ONDA NO AR - O FILME



Sinopse

Jorge, Brau, Roque e Zequiel são quatro jovens amigos que vivem em uma favela de Belo Horizonte e sonham em criar uma rádio que seja a voz do local onde vivem. Eles conseguem transformar seu sonho em realidade ao criar a Rádio Favela, que logo conquista os moradores locais por dar voz aos excluídos, mesmo operando na ilegalidade. O sucesso da rádio comunitária repercute fora da favela, trazendo também inimigos para o grupo, que acaba enfrentando a repressão policial para a extinção da rádio.


Informações Técnicas
Título no Brasil: Uma Onda no Ar
Título Original: Uma Onda no Ar
País de Origem: Brasil
Gênero: Drama
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 92 minutos
Ano de Lançamento: 2002
Site Oficial: http://www.umaondanoar.com.br
Estúdio/Distrib.: Quimera Produções
Direção: Helvécio Ratton

postado por Pedro - coordenador

Rumo as Intervenções: um cine abre a nova etapa

Nas postagens a seguir, privilegiei os acontecimentos que considerei mais significativos para o grupo.




Em um dos auditórios da Unicsul, fizemos o convite as outras ONGs de São Miguel para vermos um filme e trocarmos umas idéia (convite feito bem em cima tenho que frisar, pelo fato de ter sido o primeiro; o que impossibilitou a participação do Claudemir Ipedesh já que tinha planejado outra atividade com "seus jovens" há tempos, te aguardamos no próximo meu irmão).




Resolvemos passar o filme 'Rádio Favela', que conta a história real de jovens que fundaram uma rádio que valorizava a sua comunidade e suas produções culturais, denunciando descasos e abusos por parte do poder público. Inicialçmente pirata na década de 1990, passou depois de muita luta a ser comunitária presente até os dias de hoje.

Estavamos meio apreensivos mais tudo terminou com palmas e descontração como demonstra a foto abaixo.
Repare como o Nômade esta todo "meninão" na foto acima hehe, valeu mesmo irmão "é nóis queirós".




Esteve presente as ONGs da Vila Mara, Sepas e nós do Ibradesc é claro.

A principio nos apresentamos e conversamos um pouco sobre o filme e a trajetória Inventiva (eu (Pedrinho), Pedro ( Coordenador Ibradesc), Del (Educador Ibradesc), Nomade (Vila Mara) e Alessandra (Sepas)).



Fato importante considerando o filme: hoje em a comunicação via web facilita a transmissão de idéias seja lá qual forem, e uma rádio pirata demanda mais material, gastos e folego de quem a faz.

Por fim lanchinho socializado. Forte abraço a todos.




Introdução as intervenções:


Semana passada fizemos algumas dinâmicas enfocando essa nova etapa. Inicialmente foi falado que projeto nada mais é do que projetar, não sendo a toa que projetil pode ser por exemplo uma bala de revolver disparada em uma guerra (infelizmente). Quem projeta algo cria perspectivas, iniciativas. Diferente da palavra esperança, ninguém espera mas sim cria possibilidades de intervir na realidade em que vive e está inserido.


O grupo andava pela sala se misturando aos demais colegas, quando eu batia duas palmas: dois jovens se juntavam; quando eu bati quatorze se juntara e alguns sobraram (fazer o que); até que dividi o grupão em quatro sub-grupos.


Cada qual ficou elaborando uma espécie de linha do tempo, onde o marco era o inicio do programa e o antes e depois foi aparecendo (nas próximas postagens irei expor algumas destas).


Por fim cada grupo enumerou sonhos que têm procurando enfocar seu projeto de vida.O que foi muito comum entre todos os quatro foi perspectivas como:


-Ter casa própria;


-Carro ou moto;


-Casar, ter filhos ou companheiros e companheiras;


-Trabalhar/ Fazer faculdade;


-Realizar projetos como: músicas, vídeos, teatro e outros (menos do que as idéias a cima).


Nessa semana daremos prioridade as idéias das intervenções que vem surgindo, sobre a elaboração e escrita dos projetos Del (educador manhã), conversou um pouco com eles e, nessa terça 13/09 Pedro coordenador trará idéias neste sentido também.


Abaixo seguem outras postagens das nossas atividades.



Edifício Martineli

Em pleno "centrão" depois de conhecermos todas as entradas do Edificio Martineli e, acharmos a correta para visitação na Av. São João; enfim subimos o elevedor "aos 45 minutos do segundo tempo". Ufa.
"E olha o banespão ali gente".

Tema: Pontos Históricos da cidade.

Local: Edificio Martineli, Av. São João, centro.

Data: 31/08/2011.

Número de jovens: 16 comigo (5 jovens da turma foram gravar para experimentação TV na Internet e outros bilhetes foram destinados a estes);



Ao subirmos e darmos a primeira observada básica, a galera foi sentado ao Sol para ouvir um pouco da história transmitida por um funcionário que nos acompanhou.

E pudemos ver que esse prédio faz parte intrínseca da história da cidade. Já levantado em 1929, passou por fases de abandono e invasão, foi sede de muitos partidos politicos e, hoje abriga Secretarias Municipais de Habitações por exemplo, bem como de desenvolvimento para a Copa 2014 (que nosso amigo Evandro (Ibradesc) participa ocupando cargo, este nos acompanhou boa parte da circulação).

"Daqui de cima a parece tudo tão pequeno, onde é ali embaixo?", considerou e apontou Rodrigo para a Pça do Correio.

"Esse prédio é alto mesmo, o0 Banespa é ainda maior né?", considerou Tainá.

"Já pensou morar ali em cima?", comentou Soyara que sorri na foto acima, ao observar uma moradia com sacada em um "prédinho" a frente hehe. Mais alto que a gente "só Deus".

Então foi isso, demos uma volta de 360 graus e deixamos o pessoal trabalhar na manutenção da pintura de algumas áreas. E com o compromisso de em breve irmos ao Banespão, que quer roubar a cena do Martineli na atualidade "esses prédios são fogo mesmo pessoal", mas fora o tamanho uma coisa ele não pode tirar desse edificio: a sua História.

De volta a terra e aos trilhos rumo a zona leste. Fui...

Encerramento nas ETECs


Enquanto a maioria da turma curtia a festa de encerramento na ETEC, a galerinha das mini circulações se encontrava ansiosa para fazer alguma coisa produtiva.
Resolvi propor que tentássemos aprender como brincar com o "Jogo das Olimpíadas", que ganhamos na formação com a professora Teresinha, focada no desenvolvimento da leitura.


Houve alguns protestos como por exemplo "jogo da vida é mais legal" como disse Cleiton.
Ou "Por que você não traz banco imobiliário?" Ivan falou. E tantos outros que nem vou colocar pois desanimaria quem esta lendo e, causaria espanto como uma turma tão pequena no momento pode reclamar tanto.

Mas de fato ninguém pode dizer se é bom ou ruim sem conhecer não é? Então vamos que vamos que as novas experiências não podem parar.

Depois de inúmeras tentativas para assimilarmos as regras, decidimos adapta-las focando na discussão, tendo eu e Wallaf como mediadores em meio a um "fogo cruzado" .

Os temas abordados/ sorteados foram:

- Legalização das drogas;
-Educação pública nas escolas;
-Trabalho infantil;
-Consumismo;
-Corrupção.


As duas fotos acima, mostram um pouco o auge das discussões. Onde Karol e Caique em grupos opostos eram meio gato e rato, ou melhor, bebendo na fonte da filosofia chinesa foram yang e yin.
Ou seja, forças contrarias que acabaram por se complementar nos proporcionando boas reflexões.
E dando muito trabalho a nós mediadores (fazê o que né Wallaf).

Foi meio que um teste para termos uma noção de como vai rolar com o grupo inteiro, por isso o registro das falas e opiniões nesse momento vão ficar a desejar (foi um 'teste drive' sabe).
Tainá e Karol por fim, levaram o jogo pra casa tendo por objetivo estudar as regras do jogo e, pensar se será preciso adaptar para a nossa turma.

Em breve intercalando com as propostas de intervenções/projetos, discutiremos outros temas sorteados pela roda da fortuna com todos.

Estou ansioso, até amanhã povo.