sexta-feira, 6 de maio de 2011

Maio começou e vamos nós - Manhã e Tarde

Turma da Manhã
Para iniciarmos a semana resgatamos passagens dos nossos encontros anteriores e discutimos sobre a trajetória adesão que concluímos, e da importância da trajetória TRAMA. Discutimos também sobre a importância da freqüência, visto que agora é prá valer. Treino é treino. Jogo é jogo. Faltou duas vezes no mês, e a bolsa está comprometida. Quer dizer: Não será depositada no banco.
Em seguida conhecemos a vida do líder sindical e ambientalista, Chico Mendes, narrando sobre suas lutas, conquistas, construções e reconhecimento mundo afora, pelo trabalho gentil, generoso e solidário, realizado no decorrer de toda a sua vida.

As fontes pesquisadas:

Dia de exploração. Local? Parque Chico Mendes. Alcançamos o parque de ônibus, e depois de 45 minutos de trajeto, lá estávamos nós, e já chegamos iniciando a trilha permeada de árvores centenárias da mata Atlântica. Fotografamos tudo. E as fotos revelam o que encontramos: alumínio – latas de cerveja, plástico – pets de refrigerantes, embalagens tetra pak, entre outros tipos lixo, espalhados mata adentro. Estavam lá esperando assim a decomposição que acontecerá em 100, 200, 300 anos. Pelo menos as que encontramos, esses nós retiramos desse ambiente.
Refeitos da perplexidade, pois afinal estávamos dentro do Parque que leva o nome do ambientalista Chico Mendes reconhecido mundo afora e lá também, o lixo é presente. Continuamos a circulação e visitamos exposição de peças de artesanato, fotos e quadros do patrono do parque. Nos deparamos com esculturas em madeira de artista anônimo, com diversas formas revelando a estética e crença do artista. Ao final da exploração informamos a administração do parque sobre as fotos e as imagens nada agradáveis reveladas. O lixo recolhido? Levamos para o centro de reciclagem que fica do outro lado da rua. Foi proposto aos jovens a criação de uma equipe cata lixo. A idéia vem sendo amadurecida pela turma.
Paralelamente ao nosso planejamento, para complementar os conteúdos que discutimos nos dias anteriores, projetamos o “ Ultimo Garimpo” narrando a história de migrantes nordestinos na periferia de São Bernardo do Campo e Diadema, com imagens de cata de comida e recicláveis de um antigo lixão, para sustento da família, e a polêmica em torno do fechamento do lixão, enquanto aquela população ali instalada contra o fechamento. Discutimos sobre a perda de auto estima dos homens frente as necessidades. Estavam todos ali mobilizados pelo não fechamento do lixão, enquanto poderiam se mobilizarem para obterem melhores condições de vida. Aquela condição de vida, já era suficiente. Discutimos estes paradoxos com a turma. Hora do lanche. Bora lá comer.
Na volta acessamos a internet e pesquisamos as ultimas noticias sobre o lixão de Itaquaquecetuba – Região do Alto Tietê, e vimos lá as condições precárias daquelas pessoas. Concluímos com o vídeo de 1984 que o problema do lixo é atrelado a miséria e a falta de emprego. 11 anos depois em 1995 e 16 anos depois em 2011, o problema permanece absolutamente igual. Para reflexão do final de semana: Pense numa idéia para mudar o mundo em termos ambientais:
1 - Reutilização de garrafas pet (Realização de uma oficina com o Douglas [Jovem participante])
2 - Papa-pilhas [Já recolhemos 48 pilhas e daremos fim adequado];
3 - Não usar copos descartáveis;
4 - Reciclagem de papel;
5 - Tentar conter o desmatamento (Mutirão de plantio de mudas);
6 - Artesanatos com produtos recicláveis (latinhas, Tetra Pack, etc.; e realização de uma oficina com a Mariana [Jovem participante])
Rogério Novaes
Turma da Tarde
Nesta primeira semana de maio participamos com a galera do Tide Setúbal da formação no Ipedesh. A vivência foi legal. Uma tira de papel continha o escrito e um tipo de pessoa discriminada pela sociedade, colada nas costas de cada participante. Sem saber quais tipos de pessoa representavam os personagens, cada qual tratava o outro evidenciando preconceitos, indiferenças entre outras manifestações e toda sorte de gestos e não gestos preconceituosos.
Estava lá presente, o jovem negro, evangélico, morador de rua, portador de necessidade especial, homossexual, garoto de programa, usuário de droga, pastor, padre, rico e pobre, jovem grávida, jovem pai principalmente. Eu fui uma jovem grávida e senti na pele o machismo.
Nossas atividades com os jovens continuam despertando expectativas, e a que mais se sobressai diz respeito as bolsas, e novamente tratamos de explicar os processos burocráticos e vão se revelando assim o peso do Estado sobre o cidadão comum, principalmente esse público jovem, quando dependente dos benefícios públicos. Iniciamos uma discussão crítica sobre “Cidades” tendo como pano de fundo o clip “A Cidade” de Chico Buarque, outro do Chico Science e Nação Zumbi, e finalizamos a discussão com o clip de Construção também de Chico Buarque.
Presentes nas imagens e relatos a associação do homem e mulher com o caranguejo e dos urubus com os que exercem o poder. A discussão foi acalorada, e Nação Zumbi com sua fusão de ritmos tradicionais pernambucanos, do tipo Maracatu – expressão carnavalesca do Recife, rock, bom-bom-bom, que o de cima sobe e o de baixo descer-s – letra do Chico Science, os jovens puderam observar e relacionaram semelhanças com São Paulo e a peleja pela sobrevivência.
Construção – clip de Chico Buarque também trouxe reflexões sobre o trabalho e a rotina, despedidas, o fardo do trabalho e a quebra de simbologias quando o transito invade a cidade e por conseqüência – paradoxalmente a cidade para o seu crescimento, porque deseja crescer demais continuamente. Houve no decorrer dos debates posturas desrespeitosas e assuntos paralelos dispersando os debates. Hora do lanche. Hora tão feliz. O apito do juiz.
Dia de exploração. Caminhamos rumo ao Parque Ecológico do Tietê. Sol escaldante e vontade de entrarmos no lago. Resolvemos que a tarde seria de piquenique. Descemos na estação Engenheiro Goulart, e fizemos a caminhada de 20 minutos. Visitamos o museu do parque e recebemos a monitoria sobre o acervo: a utilização dos rios para navegação e comércio, a canoagem e outros esportes praticados no rio no século passado, e a poluição detendo o fluxo normal das águas vindas de Mogi das Cruzes, Salesópolis, e cidadãs adjacentes.


Os jovens fizeram seus registros e começam a estabelecer “links” comparando com as informações registradas sobre a História de São Miguel Paulista. Assim cada qual começa a preparar o seu material para exposição, um em formato de HQ, outro em formato livro e assim por diante. Terminamos o dia em clima de piquenique na Praça “Morumbizinho” como é conhecida a praça em frente à Universidade Cruzeiro do Sul.

Pedro Rafael

Um comentário:

  1. Sexta, 13/05/2011, de maneira voluntária, eu e alguns dos jovens estaremos de volta ao parque Chico Mendes, para mais uma desintoxicação do lixo depositado lá, dando-lhes um fim mais adequado: o outro lado da rua, que é onde fica o Centro de reciclagem da Prefeitura de São Paulo.

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