O Cenpec – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária – realiza a 6ª edição do Programa Jovens Urbanos (PJU), uma iniciativa da Fundação Itaú Social, que tem como objetivo promover e reafirmar o debate público sobre juventude nos grandes centros urbanos. Participam nesta edição 16 ONGs e 960 jovens, de 16 a 20 anos e 11 meses. Tem como objetivo expandir o repertório sócio-cultural de jovens moradores de regiões metropolitanas e em situações de vulnerabilidade, de maneira a contribuir para processos de desenvolvimento juvenil do ponto de vista individual e coletivo e ampliação de suas condições de inserção no mundo do trabalho. As ações previstas no PJU, estão direcionadas para ampliar a circulação na cidade; aumentar e qualificar as perspectivas de acesso ao mundo do trabalho; promover a produção juvenil; contribuir para a permanência ao sistema escolar e também criar vínculos com novos processos formativos.
Adesão Inscrições
Nesta edição as inscrições foram realizadas em período de férias escolar, e foi necessário um esforço concentrado. A mobilização contou com auxilio luxuoso do Evandro Sil, que percorreu todo o bairro, comunicou lideranças comunitárias, jovens e familiares.
Destacamos também o apoio inestimável da Fundação Tide Setúbal, que nos cedeu o espaço do Galpão Cultural, onde cadastramos os 180 jovens conforme previsto na meta establecida pelo programa.
Apresentação Pública
Este é o momento em que o programa é apresentado aos jovens, e a comunidade.
Deste momento participam todas ONG´s executoras do programa no território, e os jovens estabelecem o primeiro contato com os demais colegas. A 6ª edição do Programa Jovens Urbanos atuará nos territórios: Lajeado e São Miguel Paulista (Zona Leste); Grajaú e Heliópolis (Zona Sul), contemplando 960 jovens na cidade de São Paulo. Nesta edição a apresentação pública do programa foi realizada no auditório da Universidade Cruzeiro do Sul.
O processo seletivo dos educadores
Adesão Inscrições
Nesta edição as inscrições foram realizadas em período de férias escolar, e foi necessário um esforço concentrado. A mobilização contou com auxilio luxuoso do Evandro Sil, que percorreu todo o bairro, comunicou lideranças comunitárias, jovens e familiares.
Destacamos também o apoio inestimável da Fundação Tide Setúbal, que nos cedeu o espaço do Galpão Cultural, onde cadastramos os 180 jovens conforme previsto na meta establecida pelo programa.
Apresentação Pública
Este é o momento em que o programa é apresentado aos jovens, e a comunidade.
Deste momento participam todas ONG´s executoras do programa no território, e os jovens estabelecem o primeiro contato com os demais colegas. A 6ª edição do Programa Jovens Urbanos atuará nos territórios: Lajeado e São Miguel Paulista (Zona Leste); Grajaú e Heliópolis (Zona Sul), contemplando 960 jovens na cidade de São Paulo. Nesta edição a apresentação pública do programa foi realizada no auditório da Universidade Cruzeiro do Sul.
O processo seletivo dos educadores
O Processo Seletivo foi realizado em duas etapas: A primeira as ONG´s executoras encaminharam os currículos dos educadores, considerando como pré requisito ser morador da região, faixa etária acima de 24 anos, preferencialmente possuir formação universitária, e experiência no trabalho com juventude. A partir deste panorama,os candidatos são convocados para capacitação seletiva e são avaliados de acordo com a tábua de critérios definidos pela Equipe Técnica do CENPEC.
Atividades temáticas
O Movimento Punk No Mundo
Em meados da década de 70 o mundo se encontrava no auge da guerra fria, e uma Europa de pós-guerra, em constantes transformações sociais, se encontrava propicia para a formação de movimentos de transformações sociais, e foi lá, na Inglaterra, que surgiu um dos movimentos mais importantes deste século: O movimento Punk. Jovens, marginalizados pela sociedade, pobres e desempregados, começam a chocar a sociedade pelo seu modo agressivo de ser, de se vestir, e de agir. Tudo é contestação para os Punks, eles defendiam o Anarquismo e a liberdade individual, e manifestavam a sua rebeldia contra a hipocrisia, os privilégios, a sociedade conformista, as desigualdades sociais etc.
Filme: Botinada, A Origem do Punk no Brasil
Novos ares tomaram conta do país no início da década de 80. Só se falava na abertura política a liberdade parecia ter chegado para ficar. Ainda se comemoravam o fim do ato inconstitucional número cinco e a sanção da anistia no final da década passada. Um acontecimento trágico, porém, veio abalar o processo de democratização do país. No dia trinta de abril de 1981, duas bombas explodiram dentro de um carro no estacionamento do Rio centro (RJ), durante um show promovido pelo Centro Brasil Democrático, apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro. Foi o mais grave em uma seqüência de ataques, até então, dirigidos a bancas de jornal que vendiam publicações de esquerda. Ainda assim haviam mais espaço para quem quisesse mostrar suas idéias. A censura permanecia, mas não era tão pesada. Pelo menos era o que os roqueiros que fundavam suas bandas no underground, sonhando em expor ao público suas idéias contestadoras. Aos poucos, o rock deixava de engatinhar e se apoiava nas próprias pernas. Era preciso dar um fim a discriminação sofrida pelos roqueiros dos anos 70 e criar uma alternativa para os monstros sagradas da MPB (Caetano Veloso, Chico Buarque, etc.) E para as cantoras (Simmone, Maria Betânia, etc.) Que dominavam a programações das rádios. Antes da explosão, porém, havia mais alguns caminhos a serem percorridos. Com apenas dois anos de atraso, o movimento punk havia chegado a São Paulo em 1987.
Exploração - Circulação pelo Território
Apropriação dos bens culturais e simbólicos da cidade
Nessa primeira etapa de Adesão, privilegiamos a exploração de lugares e aspectos do Distrito de São Miguel. Foi observado que o filme sobre a Historia de São Miguel suscitou inúmeras indagações dos jovens. Tudo o que foi apresentado no decorrer dos dias, antes da realização de alguma circulação, preferimos explorar ao máximo a curiosidade dos jovens.
Aproveitando o fato de estarmos no 5º andar da Universidade Cruzeiro do Sul, propomos que observassem pela janela uma parte de São Miguel que é bem visível deste angulo da sala, e aí aos poucos os jovens foram falando quais os bairros avistados, e mais ou menos onde ficariam as suas residências.
Nesse próximo momento, optamos por realizar a exploração nas imediações da Universidade já que foram devidamente suscitados aspectos referentes ao distrito nos dias anteriores.
Dispor das instalações da Universidade Cruzeiro do Sul constituiu também, uma relação de novidade e aderência por parte dos jovens. O clima chuvoso também interferiu nos percursos propostos por nós e pelos jovens, bem como um caráter “atribulado” de primeira etapa, contudo contribuiu para um aproximação dos participantes durante esses dias.
Pedro Rafael e Rogério Novaes
Educadores
Turma da manhã
São Miguel Paulista distrito da região leste da cidade de São Paulo
Iniciamos a semana com muita conversa descontração, primeiro expliquei aonde iríamos (lembrei) comentando que lá fora, a nossa bela equipe seria dividida em três grupos. Nesse momento haveria apenas relatores, entrevistadores e fotógrafos (sobretudo de celulares), posteriormente conforme combinado: desenhistas.
Olha, tenho que ser sincero me surpreendeu a participação dos jovens, se inserindo na praça a frente da Universidade Cruzeiro do Sul , entrevistando pessoas e aproveitando todos os espaços disponíveis da mesma. Por fim, juntamos os grupos e conversamos lá mesmo na grama e nos banquinhos sobre a atividade realizada, os registros seriam expostos no dia seguinte. Os jovens são moradores do Jd. Lapenna, Jardim Matarazzo, União Vila Nova, São Miguel. No contato inicial, foram se apresentando uns aos outros, em seguida apresentamos a metodologia e as propostas do programa. A vivência permitiu a troca de idéias francas e a possibilidade de serem estabelecidas regras de convivência (combinados)
Visita a exposição de Tatiana Blass na Caixa Cultural SP - Praça da Sé
A CAIXA Cultural São Paulo expõe obras de Tatiana Blass, na galeria D. Pedro II, no centro da capital paulista. A artista plástica vem chamando a atenção por suas pinturas, esculturas e instalações que mexem com a percepção do observador. Os Jovens Urbanos estiveram lá para conferir. Uma das obras que mais chamaram atenção dos jovens foram peças elaboradas com parafina, e chapas de latão e resistência. Leia na próxima edição os comentários e impressões dos jovens que lá estiveram.
A produção de Tatiana Blass singulariza-se por abarcar problemas amplos, ligados à representação - para além daqueles vinculados apenas a especificidades técnicas, seja da pintura, da escultura, da literatura ou da imagem em movimento. E por se arriscar em formalizações que ultrapassam o controle absoluto sobre materiais de que lança mão - seja a tinta acrílica, a parafina, as chapas de latão com resistência elétrica ou os animais empalhados. Texto da curadoria.
Circulação
Circular é preciso. Viver não é preciso. (leitura incidental sobre a obra de Fernando Pessoa)
Desenvolvimento decorrentes
Dia seguinte e aqui estamos. Passado alguns minutos de tolerância, realizamos a atividade “terremoto”, onde os jovens viraram casas e moradores saindo dessa condição com o anuncio de um terremoto. Quando eu falava casa (duas pessoas de mãos levantadas com um morador ao centro), apenas estas se locomoviam procurando outro morador; quando morador apenas estes, terremoto: todos. Aquele que sobrava, dizia o nome de algum lugar da cidade que ficava exposto na lousa, para posterior discussão acerca das futuras circulações. Essa atividade se estendeu até o lanche (devido à empolgação dos jovens).
Depois, produziram em cartolina (já divididos em 3 grupos) o que consideraram mais importante do dia anterior. Surgiram desenhos mapeando a região do Morumbizinho (como é conhecido essa “área nobre” de São Miguel), uns enfocando a praça, outros os quarteirões, subprefeitura etc; e até mesmo um texto poético surgiu para definir a circulação.
Momento de apresentação: e na ordem os três grupos se apresentaram aos demais (1, 2 e 3).Contudo, em determinados momentos alguns colegas conversavam atrapalhando, em outros os próprios apresentadores riam (de sei lá o que) e dispersavam, provocando uma desatenção geral da platéia. Aí aguardando calmamente depois dos acontecimentos descritos, me dirigi a todos ponderando o que havia ocorrido e por que; considerando o fato de ser a primeira dinâmica desse tipo realizada por nós, perguntei se gostariam de reapresentar no dia seguinte. Fiquei feliz com a resposta: sim.
Atividades temáticas
O Movimento Punk No Mundo
Em meados da década de 70 o mundo se encontrava no auge da guerra fria, e uma Europa de pós-guerra, em constantes transformações sociais, se encontrava propicia para a formação de movimentos de transformações sociais, e foi lá, na Inglaterra, que surgiu um dos movimentos mais importantes deste século: O movimento Punk. Jovens, marginalizados pela sociedade, pobres e desempregados, começam a chocar a sociedade pelo seu modo agressivo de ser, de se vestir, e de agir. Tudo é contestação para os Punks, eles defendiam o Anarquismo e a liberdade individual, e manifestavam a sua rebeldia contra a hipocrisia, os privilégios, a sociedade conformista, as desigualdades sociais etc.
Filme: Botinada, A Origem do Punk no Brasil
Novos ares tomaram conta do país no início da década de 80. Só se falava na abertura política a liberdade parecia ter chegado para ficar. Ainda se comemoravam o fim do ato inconstitucional número cinco e a sanção da anistia no final da década passada. Um acontecimento trágico, porém, veio abalar o processo de democratização do país. No dia trinta de abril de 1981, duas bombas explodiram dentro de um carro no estacionamento do Rio centro (RJ), durante um show promovido pelo Centro Brasil Democrático, apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro. Foi o mais grave em uma seqüência de ataques, até então, dirigidos a bancas de jornal que vendiam publicações de esquerda. Ainda assim haviam mais espaço para quem quisesse mostrar suas idéias. A censura permanecia, mas não era tão pesada. Pelo menos era o que os roqueiros que fundavam suas bandas no underground, sonhando em expor ao público suas idéias contestadoras. Aos poucos, o rock deixava de engatinhar e se apoiava nas próprias pernas. Era preciso dar um fim a discriminação sofrida pelos roqueiros dos anos 70 e criar uma alternativa para os monstros sagradas da MPB (Caetano Veloso, Chico Buarque, etc.) E para as cantoras (Simmone, Maria Betânia, etc.) Que dominavam a programações das rádios. Antes da explosão, porém, havia mais alguns caminhos a serem percorridos. Com apenas dois anos de atraso, o movimento punk havia chegado a São Paulo em 1987.
Exploração - Circulação pelo Território
Apropriação dos bens culturais e simbólicos da cidade
Nessa primeira etapa de Adesão, privilegiamos a exploração de lugares e aspectos do Distrito de São Miguel. Foi observado que o filme sobre a Historia de São Miguel suscitou inúmeras indagações dos jovens. Tudo o que foi apresentado no decorrer dos dias, antes da realização de alguma circulação, preferimos explorar ao máximo a curiosidade dos jovens.
Aproveitando o fato de estarmos no 5º andar da Universidade Cruzeiro do Sul, propomos que observassem pela janela uma parte de São Miguel que é bem visível deste angulo da sala, e aí aos poucos os jovens foram falando quais os bairros avistados, e mais ou menos onde ficariam as suas residências.
Nesse próximo momento, optamos por realizar a exploração nas imediações da Universidade já que foram devidamente suscitados aspectos referentes ao distrito nos dias anteriores.
Dispor das instalações da Universidade Cruzeiro do Sul constituiu também, uma relação de novidade e aderência por parte dos jovens. O clima chuvoso também interferiu nos percursos propostos por nós e pelos jovens, bem como um caráter “atribulado” de primeira etapa, contudo contribuiu para um aproximação dos participantes durante esses dias.
Pedro Rafael e Rogério Novaes
Educadores
Turma da manhã
São Miguel Paulista distrito da região leste da cidade de São Paulo
Iniciamos a semana com muita conversa descontração, primeiro expliquei aonde iríamos (lembrei) comentando que lá fora, a nossa bela equipe seria dividida em três grupos. Nesse momento haveria apenas relatores, entrevistadores e fotógrafos (sobretudo de celulares), posteriormente conforme combinado: desenhistas.
Olha, tenho que ser sincero me surpreendeu a participação dos jovens, se inserindo na praça a frente da Universidade Cruzeiro do Sul , entrevistando pessoas e aproveitando todos os espaços disponíveis da mesma. Por fim, juntamos os grupos e conversamos lá mesmo na grama e nos banquinhos sobre a atividade realizada, os registros seriam expostos no dia seguinte. Os jovens são moradores do Jd. Lapenna, Jardim Matarazzo, União Vila Nova, São Miguel. No contato inicial, foram se apresentando uns aos outros, em seguida apresentamos a metodologia e as propostas do programa. A vivência permitiu a troca de idéias francas e a possibilidade de serem estabelecidas regras de convivência (combinados)
Visita a exposição de Tatiana Blass na Caixa Cultural SP - Praça da Sé
A CAIXA Cultural São Paulo expõe obras de Tatiana Blass, na galeria D. Pedro II, no centro da capital paulista. A artista plástica vem chamando a atenção por suas pinturas, esculturas e instalações que mexem com a percepção do observador. Os Jovens Urbanos estiveram lá para conferir. Uma das obras que mais chamaram atenção dos jovens foram peças elaboradas com parafina, e chapas de latão e resistência. Leia na próxima edição os comentários e impressões dos jovens que lá estiveram.
A produção de Tatiana Blass singulariza-se por abarcar problemas amplos, ligados à representação - para além daqueles vinculados apenas a especificidades técnicas, seja da pintura, da escultura, da literatura ou da imagem em movimento. E por se arriscar em formalizações que ultrapassam o controle absoluto sobre materiais de que lança mão - seja a tinta acrílica, a parafina, as chapas de latão com resistência elétrica ou os animais empalhados. Texto da curadoria.
Circulação
Circular é preciso. Viver não é preciso. (leitura incidental sobre a obra de Fernando Pessoa)
Desenvolvimento decorrentes
Dia seguinte e aqui estamos. Passado alguns minutos de tolerância, realizamos a atividade “terremoto”, onde os jovens viraram casas e moradores saindo dessa condição com o anuncio de um terremoto. Quando eu falava casa (duas pessoas de mãos levantadas com um morador ao centro), apenas estas se locomoviam procurando outro morador; quando morador apenas estes, terremoto: todos. Aquele que sobrava, dizia o nome de algum lugar da cidade que ficava exposto na lousa, para posterior discussão acerca das futuras circulações. Essa atividade se estendeu até o lanche (devido à empolgação dos jovens).
Depois, produziram em cartolina (já divididos em 3 grupos) o que consideraram mais importante do dia anterior. Surgiram desenhos mapeando a região do Morumbizinho (como é conhecido essa “área nobre” de São Miguel), uns enfocando a praça, outros os quarteirões, subprefeitura etc; e até mesmo um texto poético surgiu para definir a circulação.
Momento de apresentação: e na ordem os três grupos se apresentaram aos demais (1, 2 e 3).Contudo, em determinados momentos alguns colegas conversavam atrapalhando, em outros os próprios apresentadores riam (de sei lá o que) e dispersavam, provocando uma desatenção geral da platéia. Aí aguardando calmamente depois dos acontecimentos descritos, me dirigi a todos ponderando o que havia ocorrido e por que; considerando o fato de ser a primeira dinâmica desse tipo realizada por nós, perguntei se gostariam de reapresentar no dia seguinte. Fiquei feliz com a resposta: sim.
Legal
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