quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Campanha, Projetos, Museu Afro Brasil

Novembro vem chegando e de fato a preparação para as intervenções (projetos), tem mudado muito a nossa rotina.
Ou seja, não podemos reclamar de monotonia, pois nesta semana tivemos duas circulações e ainda estamos escrevendo projetos!

Local: SEPAS.
Tema: Trabalho em grupo, Elaboração de Projetos.
Número de jovens: 21 ao todo.

Começamos a semana com o encontro no SEPAS, onde a ASHOKA realizou uma atividade com os jovens das quatro ONGs de são Miguel.
E foi bacana eu poder rever os educadores (Claudemir, Alessandra e Nômade), e para os jovens também já que conheceram uma galera de outras ONGs durante as experimentações.

Foi uma correria para nós, até porque quando soube da mudança de local já era sexta-feira, e aí tinhamos combinado nos encontrar na Unicsul, as 13:30..."tenho que liga pra todo mundo".
E a gente sabe que tem jovens que não atendem o celular e, ainda mais de final de semana...
Mas conseguimos nos comunicar e até com quem não consegui falar, apareceu na Pça do Forró.
Quando chegaram todos era quase 13:30..."bora lá".
Fomos na expectativa de aproveitar ao máximo o encontro, por azar chegamos depois da dinâmica (snif), mais participamos fazendo uma campanha como proposto pelo mediador , podendo utilizar materiais como: canetinhas esferográficas, papeis, cartolina panos, spray e outros.
Por chegarmos atrasados acabamos ficando juntos, não nos misturamos aos jovens das outras ONGs, já que a dinâmica fez isso.
Achei no geral nas quatro ONGs, criativa a produção da galera, os assuntos foram de DSTs, Meio Ambiente a Letramento (fora outros, que se perderam no caminho).

Para nosso grupo foi importante sentir que a identificação com um projeto, é algo muito particular. Indo além das amizades, um compromisso com uma idéia.
Nesse dia o grupo entrou (de certa forma) em atrito na realização da campanha. O tema foi voltado para o meio ambiente, e a produção nos acertos das idéias não se encaixaram, por fim campanha feita (usaram até um spray) ninguém se sentiu a vontade para falar já que idéias divergiam.

Projetando...

Na quarta-feira ficamos na Unicsul e desenvolvemos um pouco mais a escrita dos projetos (iniciado na semana anterior "das crianças"); com o auxilio da apostila dada no encontro regional (ZL), que não pude ir mas "graças a Deus" o Rogério foi e me passou, observei que: alguns perderam o medo de escrever quando viram projetos de outras edições semelhantes aos seus, e puderam pensar um pouco mais nas justificativas/objetivos.

Museu Afro Brasileiro...

Local: Museu Afro Brasil.
Tema: Formação da identidade brasileira.
Número de jovens: 14 ao todo (encontramo-nos mais cedo que de costume, pelo horário de agendamento, quem não conseguiu chegar devido a escola, ficou adiantando os projetos para terça).


Depois de baldiações e ônibus, o idílico Pqe do Ibirapuera e seus caminhos nos traz um pouco a paz.
Como vemos acima, parte da galera parece que cansou de andar e resolveu olhar a paisagem.


Bom pro "rolê" cheio de cisnes, patos, carpas, sabiás e outros, nos distraiamos enquanto caminhávamos rumo ao Museu.


O educador Felipe nos recebeu muito bem e trocou muitas idéias com a gente, outra satisfação que tive no dia, foi encontrar um camarada de Itaquera trabalhando como educador lá "aquele salve!", quem sabe de outra vez reencontro o Emerson (Kabimba) educador que conheci anos atrás na capoeira. O 'trampo' de vocês vai contra um pensamento incutido na sociedade a mais de quinhentos anos, bastou vermos a primeira obra que Felipe nos mostrou, onde sobre filtros de café fazendo alusão a escravidão expunha frases como "dia de branco" e "a coisa tá preta", para repesarmos o quanto o racismo no Brasil é velado e, por veze pode se esconder atrás de piadas. Foi assim que começamos a nossa conversa.

Antes de entrarmos, já observávamos os melhores jogadores da história.
Quando Felipe pergunto ao grupo sobre se conheciam alguma personalidade negra , foi quase um coro "Pelé".
Contudo ao sairmos de lá outros nomes apareceram: Zumbi, Aleijadinho, André Rebouças entre outros.
Pelo tempo disponível, nosso guia fez um caminha interessante nos mostrando um pouco sobre Arte Africana, Escravidão, Religiosidade Africana (que apimentou nossa discussão) e Cortejos Populares.

"Macumba é um instrumento musical, 'pai' do reco-reco que hoje é utilizado de forma pejorativa, como vocês falaram" Felipe.

A conversa mostrou que carregamos muitas desconfianças e preconceitos, no que ele também nos lembrou da infinidade de palavras que utilizamos provenientes de idiomas e dialetos africanos (tais como moleque por exemplo).

"A gente viu isso no Museu da Língua Portuguesa" Recordou Eliseu.

Durante o percurso ganhamos uma amiga que se interessou pela discussão e, nos acompanhou até o final; perguntando que fazia pra participar do PJU, contudo não é moradora de nenhuma área de incrição do programa, ao contrario mora na Av. Brigadeiro (o que me fez perceber outra vez como o PJU é no minimo interessante).

Ouvimos que várias cidades da Africa fazem referência a determinados orixás, que foram antigos guerreiros que ficaram permanentes na história e cultura de muitos povos e etnias.

Finalizou o assunto falando sobre o carnaval de Pernambuco, na expressão do Maracatu que surgiu como cortejo referente a realezas africanas.

Discutimos muita coisa e não consigo escrever tudo, recebemos o convite de voltar e explorar outras partes do Museu; o que é uma hipótese bem provável tanto para isso , como para explorar melhor o parque em si.

Uma cantiga de capoeira faz referências a luta contra escravidão e, sobre a memória do povo:

"A História nós engana, escrita pelo contrario
ainda diz que a abolição, aconteceu no mês de maio
a prova dessa mentira é que da miséria não saio

Dia vinte de novembro, tem muito pra se lembra
porém dia treze de maio, nada pra comemora
muitos anos se passaram e o negro sempre a luta

Zumbi é nosso herói,
Zumbi é nosso herói em palmares foi senhor
pela causa do mineiro, foi ele quem mais luto"


Vou ficando por aqui com orgulho de pertencer a um povo tão diverso e batalhador como o nossos.
Abaixo o rinoceronte colorido deixa uma mensagem para as pessoas e carros que ciculam frente ao Pque do Ibirapuera:

"Gentileza gera gentileza".



Até a próxima galera, falou.

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