Seguímos para um novo blog, que é só nosso [Jovens, Pedro Rafael, Del e assessores] e que segue os projetos à partir de agora. Lá estão todas as antigas postagens de nossos atos e circulações. Nos acompanhem por lá agora e vejam a evolução de nossos projetos e o trabalho dos educadores e dos assessores junto aos jovens.
Este foi o sentimento que eu tive, com o aproximar-se do fim de nosso programa. Não com o PJU em si, pois lembro-me bem, lá no começo, no ultimo dia de formação, do Wagner nos dizendo: “Eu admiro as boas idéias de transformação, as boas práticas, mas lembrem-se sempre de que isto, apesar de sua pedagogia bem pensada e trabalhada, o PJU é financiado por um banco”.
Não foi exatamente assim que ele disse, mas é como eu me lembro.
Com isso na cabeça, e ao ver os jovens pela primeira vez, eu pensei em minha própria vida e trajetória e me esqueci do banco. Nasci na periferia e venho de uma família de 6 irmãos, perdi o pai, assassinado, aos 2 anos e a mãe de infarto, quando eu tinha 14 anos, numa conjuntura destas, se o meu caminho fosse o crime, a sociologia logo me perdoaria ao estudar meu caso.
Mas ao lado de casa tinha a escola publica, no bairro ao lado do meu tinha a biblioteca publica e digo sem titubear: “A ESCOLA PUBLICA ME SALVOU”.
Logo pensei: “Porque não dar o melhor de si e tentar fazer pelos jovens o que a escola fez por mim?”. Num contexto diferente e sem desmerecer a escola publica, é claro. Sabemos que a escola publica não anda boa das pernas, mas a culpa não é nossa nem dos jovens e nós sabemos de quem é esta culpa. Cabe a nós transformá-la.
Voltando à “CILADA BINO!”; tive este sentimento ao perceber que em 89,9% do tempo só tinha como companheiros, o PEDRO RAFAEL, os jovens, minha inabalável fé na educação e o professor Paulo Freire no coração.
Não estou reclamando de nada, por que sei que eu e o PEDRO RAFAEL demos o melhor de nós e fizemos o possível para que as coisas acontecessem da melhor forma. Sinto apenas aquela pequena frustração de alguém que é apaixonado pela educação e vê o desânimo nos olhos de seus educandos quando tarefas simples de serem realizadas, como entregar lanches e recarregar bilhetes não darem certo, e o simples atrapalhar o complicado, que é transFORMAR pessoas. Mas me tranquilizo com o fato de que, se as questões técnicas não saíram como deveriam, nas questões pedagógicas eu e o PEDRO RAFAEL[a sós e com a ajuda apenas das formações e dos amigos de outras ONGs] demos conta. E como disse o educador Fernando, da CASA DOS MENINOS, [http://pju6casadosmeninos.wordpress.com/2011/12/08/fim-da-linha-conexao-para/] saio deste trem com a sensação de dever cumprido, após uma caminhada de dez meses tentando construir um trabalho que leve os jovens a reflexão e sigam adiante sem medo de nada, pois se eu e o PEDRO RAFAEL conseguimos com todas as adversidades, todos eles conseguirão.
Alguns podem até pensar: como alguém como eles, que tiverem a estrutura de uma universidade [projetor, tela branca, internet na sala e clima universitário] podem reclamar. Claro que agradecemos muito a quem sempre nos ajudou lá, que é o Sr. Hamiltom e o Sr. Benê, e os meninos do áudio-visual, mas afirmamos que a tecnologia não adianta muito num lugar que não nos pertence e onde somos tratados quase como Palestinos em Gaza.
Não vou postar fotos da banca porque não preciso provar que estivemos lá, que fomos elogiados pelos projetos construídos pelos jovens e que nossa tarefa está cumprida.
Apenas agradeço aos jovens que acreditaram e concluíram os projetos e o programa, aos “bons e compromissados” companheiros de trabalho das ONGs e do CENPEC e que saio desta com “A MENTE QUIETA, A ESPINHA ERETA E O CORAÇÃO TRANQÜILO” [Walter Franco]
Para encerrar, a musica “Meu amigo Pedro” de Raul Seixas, dedicada ao bom entendedor.
Muitas vezes, Pedro, você fala
Sempre a se queixar da solidão Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro É pena que você não sabe não
Vai pro seu trabalho todo dia [RISOS]
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro Pedro as coisas não são bem assim
Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Tente me ensinar das tuas coisas
Que a vida é séria, e a guerra é dura Mas se não puder, cale essa boca, Pedro E deixa eu viver minha loucura
Lembro, Pedro, aqueles velhos dias
Quando os dois pensavam sobre o mundo Hoje eu te chamo de careta, Pedro E você me chama vagabundo
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou à perdição Há tantos caminhos tantas portas
Mas somente um tem coração
E eu não tenho nada a te dizer Mas não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo, Pedro
Onde você vai eu também vou
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Certa vez ouvi um colega meu falar que a palavra é como uma flecha quando disparada de um arco: "depois que solta, não volta nunca mais".
E por isso devemos dar a devida importância a elas, pois podem tanto ajudar uma pessoa, como destruir.
Daí o cuidado dos educadores em não rotular ou diminuir alguém!
Chegando na etapa final do circuito, fiquei pensando: "que palavras estão na cabeça dos jovens neste finalzinho de programa?".
Então lembrei de algumas palavras faladas por nós durante todo o programa. Tive que deixar algumas de fora, fazendo uma seleção e utilizando o maravilhoso sitekokolikoko.com, que já embaralha tudo pra gente.
Palavras estas que podem ajuda-los na apresentação da banca, temos que lembrar em usar a "linguagem mais formal possível ein", deixa que as gírias a gente usa depois rs.
O fato de "caçar as palavras" nos faz pensar como na vida precisamos buscar as coisas, ir atrás!
Sejam argumentos ou sonhos, podendo ser uma busca individual (como acima) ou coletiva (como abaixo); mais o importante é buscar.
Para no final descobrirmos quem somos...
Semana sem circulação e muito ensaio para banca, também foi assim no dia do caça-palavras, em breve finalizamos e apresentamos. Ufa!
Mas vale a pena.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Atividades para apresentações dos projetos
Nesta terça feira dia 29 de novembro estiveram presentes nas atividades os jovens Alisson turma da tarde - , Caique, Patricia, Juan, Welber, Soyara, Tainá, Gleice,Jenifer, Jaqueline e Mateus. O educador Pedro Rafael não pode comparecer por se encontrar em crise de sinusite. Desse modo traçamos no quadro negro nosso calendário de hoje até o próximo dia 7 de dezembro. Decidimos também que iremos nos encontrar na próxima segunda feira dia 5 ante véspera da apresentação para continuarmos esse treinamento, e na véspera dia 6 terça feira - faremos um ensaio final. Todos concordaram e consideraram que esta estratégia ajudara na memorização dos itens e tópicos que devem ser apresentados à banca examinadora.
A primeira atividade proposta foi eles apresentarem o projeto, tendo os colegas como participantes da banca. A primeira turma a se apresentar foi do projeto: Drogas na adolescencia .
A segunda turma foi o projeto Novos Talentos e finalmente o projeto sobre homofobia fora daqui.
E o terceiro e ultimo projeto apresentado foi Novos Talentos
Após apresentação, realizamos uma analise critica destacando pontos fortes e fracos sobre esta primeiro treinamento. Os tres grupos demonstraram "nervosismo, vergonha, insegurança. Por outro lado revelaram estarem cientes do que desejam realizar, faltando apenas sintonizarem e organizarem as idéias a serem comentadas na apresentação. Comentei também o fato deles estarem fazendo este exercício sem os projetos impressos em mãos, o que se revelou ponto forte na apresentação. Comentamos também a necessidade de antes de iniciarem as apresentações dos projetos, se apresentarem e destacarem os pontos fortes iniciais de cada projeto a ser apresentado.
Após estes comentários, iniciamos a segunda dinâmica onde o coordenador fez o papel dos grupos e apresentou os projetos de cada grupo - destacando posturas, gestos corporais, organizando a apresentação com inicio - meio e final. Em seguida, cada grupo teve 10 minutos para discutirem entre si as novas informações , e posteriormente realizarem a segunda apresentação.
Foi consenso entre todos que a montagem de uma apresentação em power point vai ajudá-los na sequencia dos tópicos importantes que devem ser abordados, e assim contribuir para eficácia de uma boa apresentação.
Por fim, hora da merenda, e finalizamos com combinados que nesta quarta feira, estariam recebendo do Pedro Rafael cópia dos projetos e nesta quinta feira, faremos conjuntamente os slides para que possam treinar na segunda e terça feira próxima - véspera da apresentação.
Não, eu não exibi o filme acima, não o considero muito pedagógico, o que é uma lenda são os posts deste educador, parecem mesmo lendas e quase nunca aparecem, mas quando aparecem é divertidinho de ler às vezes.
Nós tivemos aí um mês agitado. Inicialmente "na porta de nossa casa" tivemos a feirinha do livro, com direito à visita de Ferreira Gullar [Pena que não consegui convencer os jovens a voltarem mais tarde para vê-lo, mas eu fui].
Tivemos também, iniciando a "Semana Expressão Jovem" uma visita animada à "Casa das caldeiras" daquela turma dos Matarazzo, dos quais os únicos que eu gosto são o Suplicy e a Maysa [mas aí é coisa minha...]. Lá fomos agraciados com uma improvisação do Rapper Emicida
Depois na seqüência dos trabalhos, tivemos uma mostra de artistas locais de São Miguel, Akira, Sacha, Osnofe, Claudemir e Cristiano [educadores do PJU] e um vídeo meu [acabei sendo incluído como artista local, que bom].
Houve uma tentativa de homenagear o cantor Raberuan, mas o vídeo não pegou [deixo aqui uma homenagem póstuma ao grande ser humano daqui da leste que faleceu dia 18/11/2011]
Encerramos, em grande estilo, com o encontro publico, onde cada grupo de jovens mostrou suas realizações nas experimentações.
Foi muito Bacana, pena que poucos jovens compareceram. Foi aí um temporada legal para liberar toda aquela tensão que os projetos trouxeram, parecia uma panela de pressão, mas agora é aguardar a banca e curtir a implementação dos projetos.